terça-feira, 10 de outubro de 2017

A ESCOLA DE PLATÃO

   
Sítio arqueológico da antiga Academia de Platão - Atenas - Grécia 
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                Por volta do ano 427 a.C, em Atenas, nasceu o grande Platão. Seu verdadeiro nome era Arístocles. Filho de ilustre família, que descendia de Sólon. Formou-se num ambiente aristocrático; passou a se chamar Platão pela amplitude de suas espáduas. Como todos os atenienses aristocráticos e ricos da época teve uma instrução profunda e variada. Por volta dos vinte anos de idade conheceu Sócrates. Depois de ouvi-lo destruiu todas as suas tragedias e outras obras literárias para consagrar-se inteiramente à filosofia, deixando definitivamente suas ligações com a vida política.
               Ao ver Sócrates sendo condenado à morte, fez tudo o que podia para salvá-lo; até ofereceu toda a sua fortuna em troca da vida de seu mestre. Durante o julgamento de Sócrates voltou-se completamente em defesa de seu mestre. Empregou todos os meios possíveis para salvá-lo, e, como último recurso, dirigiu-se ao povo. Tinha preparado um discurso para defendê-lo, mas arrancaram-no da tribuna e lhe impuseram silêncio absoluto. 
                 Depois da morte de Sócrates ele dedicou-se a viajar pelo mundo. Visitou o Egito e a Magna Grécia, onde se iniciou na doutrina dos pitagóricos. Na Sicília conheceu Dion, genro do tirano de Siracusa.  Por ter procurado induzir Dionísio (o antigo) a constituir uma república governada por filósofos na própria Siracusa enfureceu o ditador que mandou capturá-lo e ordenou  que fosse vendido em praça pública como escravo. Seus amigos o resgataram e o fizeram voltar a Atenas. 
                     Parcialmente recuperado da morte de Sócrates, Platão abriu uma célebre escola nos jardins da Academus no ano 385 a.C.; esses jardins tinham pertencidos a Academo, um dos heróis gregos, e ficavam perto de Atenas. Foi do nome de seu antigo proprietário que surgiu a palavra Academia. Ali, no meio de oliveiras e de plátanos, reunia Platão os seus alunos, dando as suas lições ao ar livre. Muitos de seus discípulos eram já bastante velhos, mas entre eles havia o jovem Aristóteles, que foi também um dos maiores nomes da filosofia. 
                 A partir desse momento Platão dedicou-se exclusivamente à filosofia, professando e escrevendo até morrer aos 81 anos. Depois de sua morte, durante muitos séculos, a Academia continuou a ser um lugar onde os filósofos partidários da doutrina de Platão faziam suas dissertações. Entre eles sempre estava o seu discípulo preferido, Aristóteles. 
                 Tal como Sócrates, Platão crê que a moral é o fim último de todo o conhecimento; mas não limita o homem ao seu domínio, pelo contrário, ele penetra, por assim dizer, de moral todo o universo. Para ele também, céu e terra são produtos de um pensamento divino. O mundo em que vivemos nada mais é do que um permanente e eterno mundo de ideias. Os homens, animais e plantas não são mais do que reproduções de tipos eternos, que contém as perfeições que se pode encontrar em cada espécie. Em outras palavras, a "ideia" (homem, plantas, animais) é uma perfeição absoluta em si mesmos que não se encontra nas realizações terrestres do homem. Ele já afirmava que Deus é a ideia Suprema, o Bem Supremo. O homem nasce com o dever de tentar assemelhar-se, ao máximo que puder, à Deus (ideia Suprema). Em Deus residem as "ideias" do verdadeiro, do belo, do bem, do grande, do poderoso, etc. O homem deve ter por fim realizar relativamente o que Deus realiza absolutamente. A justiça está no seio de Deus, portanto Ele é justo; o homem não pode ser "o justo", mas pode ser "um justo". Ser um justo, segundo todos os sentidos desta palavra, é o dever maior do homem e o seu próprio destino. Assim ensinou Platão.
                   Platão é o grande mestre da filosofia idealista, isto é, de toda a filosofia que crê que as "ideias" governam o mundo. É um dos espíritos mais assombrosos de todos os tempos e de todos os países. 
Nicéas Romeo Zanchett 



              

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